terça-feira, 15 de julho de 2008

maluca.


"num dia triste de chuva, foi minha irmã quem me chamou prá ver, era um caminhão, era um caminhão carregado de botões de rosa... eu fiquei maluca! por flor tenho loucura, eu fiquei maluca. saí e quando voltei molhada com mais de dúzia de botões... botei botão na sala, na mesa, na tv, no sofá, na cama, no quarto, no chão, na penteadeira, na cozinha, na geladeira, na varanda e na janela era grande o barulho da chuva, da chuva... eu fiquei maluca, eu fiquei maluca." luiz capucho.

olhando pela janela do carro lotado...

"é sempre no passado aquele orgasmo, é sempre no presente aquele duplo, é sempre no futuro aquele pânico. é sempre no meu peito aquela garra. é sempre no meu tédio aquele aceno. é sempre no meu sono aquela guerra. é sempre no meu trato o amplo distrato. sempre na minha firma a antiga fúria. sempre no mesmo engano outro retrato. é sempre nos meus pulos o limite. é sempre nos meus lábios a estampilha. é sempre no meu não aquele trauma. sempre no meu amor a noite rompe. sempre dentro de mim meu inimigo. e sempre no meu sempre a mesma ausência."
o enterrado vivo, de drummond.

e eu vou dizer dessa infinita necessidade de solidão que coabita em mim com o desesperado desejo do encontro. penso que posso ser feliz se você me deixar ser sózinha, bem juntinhos... se você chegasse. se viesse.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

de férias entediada ouvindo josephine foster.

férias. tédio. o que tem que ser bom pesa. quase deprime.

só momentos.


apertar o pause, esquentar a sopa, apertar o play, atender a porta, ralhar com a molecada, apertar rew, chacoalhar a beatriz, ouvir as façanhas (reprováveis) do tunico, sorrir... apertar o play, dar um uta nele, me chatear com as reclamações da dona magali, sair da sala, voltar pra sala, ãh???? apertar stop, abaixar o volume, gritar já vou!!!!!!!!!!! apertar o play.... bons momentos vendo the darjeeling limited, de wes anderson. nostalgiazinha da boa. deitar com tunico até que ele durma, ficar longos minutos debaixo do chuveiro quente... pensar. passear as mãos pela cintura e perceber como estão mais largas... eu tinha 17 anos quando tinha coragem de jogar as bagagens todas pela janela. eu adoro chorar tomando banho. ou tomando chuva, mas não saio mais sem guarda-chuva. mesmo querendo um vulcão.


domingo, 6 de julho de 2008

dia de domingo...


"amor é a coisa mais alegre, amor é a coisa mais triste, amor é a coisa que mais quero."
adélia.

terça-feira, 1 de julho de 2008

do chegar em casa...

olhar a rua, peculiar, que eu gosto. as luzes todas apagadas, coralina chorando a previsão do meu chegar, tenho medo de quando ela não mais me esperar... por cima do muro vejo que minha trepadeira de flores roxas vai bem, que bom. sempre foda achar as chaves dentro da bolsa, faço reclamando. acendo as luzes, coloco um som... na lista de reprodução, lindas cafonices... bom estar confortável em companhia da tristezazinha amiga minha, que me acompanha mas não me puxa pela mão. eu me sinto amadurecer, atenta a mim minuto a minuto, aceitando, perdoando. as coisas todas no mesmo lugar em que deixei pela manhã. lembro como eu quis essas coisas todas no mesmo lugar, esse silêncio... tá, na elaboração desse plano eu não inclui a tristezazinha, mas isso é coisa do fantasiar... isso foi o que eu escolhi, bom isso. banho quente, porta aberta, cantarolar... com ânimo especialmente renovado nas mais cafonas, robertão... "tudo vai mal, tudo... tudo é igual, quando eu canto e sou mudo, mas eu não minto, não minto, estou longe e perto, sinto alegrias, tristezas e brigo. meu amor! tudo em volta está deserto, tudo certo. tudo certo como dois e dois são cinco."
cozinho uma sopa deliciosa (juro), com um puta prazer, inédito, de coisinha em coisinha... fazia pro tunico, embora ele não esteja. ah, e foi tão bom fazer... dançando e cortando cebola! abri o vinho que estava na geladeira desde o reveillon e, olha, esses momentos que podem ser tão comuns a tantos ainda sortudos (olha o drama!) são raríssimos a quem é recém chegada a uma cidade, mora sózinha com o filho de 2 anos, trabalha (e leva isso a sério), não tem carro nem empregada e apresenta características obssessivas... parece reclamação né? não é. cantei, dancei, cozinhei, dancei, dancei, dancei... como aos 17 anos depois de fumar um. escolhi a melhor das opções.

e sabe o que é bom prá mim nessas de escrever aqui? é que eu tô atirando pudores pela janela, e tá bom ser brega, dizer os ridículos. manda aí robertão... "no meu radinho de pilha sempre escuto melodias que me lembram de você, cafonice talvez possa parecer, vou me modernizar, você vai ver, uma calça de agora vou comprar, vou ficar moderninho prá chuchu, vou até aprender falar inglês prá te dizer i love you, i love you... vou falar gíria e dançar o rock'n roll, e do castelinho vou ficar freguês, e se tudo isso não adiantar, vou vestir meu terno branco outra vez."

dos meus cantos...