quinta-feira, 28 de agosto de 2008

tem uma mulher...


que pensa que é menina, que pensa que já é velha demais, que pensa demais, que não pensa direito... que chora quando o filho tá longe, falta um tantão assim dela quando ele tá longe, mas sofre quando o filho tá perto. prá ela é difícil prá caralho manter a tal serenidade. saber ver bem o que é disso ou daquilo, o que é seu, o que é dele, o que é de verdade e o que é artifício. mas adulto tem que saber disso tudo. mas ela pensa que é menina ainda. menina fracasso. quando se olha no espelho é fracasso. velha demais prá não saber. fracasso absoluto. quase sempre não olha ao redor.


quarta-feira, 20 de agosto de 2008

parar dá azar.

alguém parado é sempre suspeito de trazer como eu trago um susto preso no peito, um prazo, um prazer, um estrago, um de qualquer jeito, sujeito a ser tragado pelo primeiro que passar...parar dá azar.
(leminski)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

presente.

quero estar sempre assim... quero estar presente. quero ouvir cada uma das suas palavras, quero saber olhar. quero estar pronta prá cada instante que chegar, quero saber perceber. quero estar aberta, quero ser. quero estar toda e firme, quero sentir. quero sentir de corpo todo, quero poder. quero mudar a direção pro outro, quero doar meu olhar. quero estar. ainda bem que tenho o tunico prá me ensinar.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

encarnação do demônio

sou fã dos dois zés aí em cima, e me deleitei com essa cena, uma delícia, uma lindeza só.

estava ansiosíssima pela estréia do tardio "encarnação do demônio", do mojica, paixão antiga. me deliciava vendo o cine trash, cheiro de tempos antigos, em que eu podia passar as tardes no sofá, comendo podreiras.
o filme traz ótimos momentos, como a cena com o zé celso, linda e divertidíssima. mas eu sinto falta daquela estética da falta de grana. coisa minha. adorei.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

voltando das férias...







tive medo das férias... de não saber o que fazer dessa falta de script, medo das paredes de casa, medo de monstro, medo de mim.
vivi dias de uma delicadeza arrebatadora, deliciosos encontros.
brincar de luta com o tunico, passear pelos paralelepipedos, gargalhar. pintar o poste lá de fora com andorinhas (ele me disse que parecem tartarugas), ver filmes, tomar champagne, costurar minhas cortinas de bolinha... gostar de mim, do meu lugar. não gostar... não sofrer. teve tanta música, solidão da boa. solitude. teve o cuidar, embelezar. teve amor.

teve também o encontro do tunico com o mar. bonito. bonito. bonito demais.

"ser infeliz é um não enxergar além de si mesmo. não perceber a vida, o universo pulsando ao redor, mas sentir-se como o centro das atenções e o catalisador de todos os infortúnios. aprender a observar os movimentos externos, enxergar a dança do mundo, saber-se parte de um todo maior, cura a infelicidade desde a raíz." alessandra vidotti.

e ele me pediu prá tirar os óculos...

foi quando a gente ria, ria, ria... que ele quis ver meus olhos e puxou os óculos, me olhou profundamente e sorriu. foi naquele encontro dos nossos olhares que tive a certeza... ele sabe bem das minhas entrelinhas, sabe bem, sabe tudo de mim. me vê claro como o dia e a ele não poderei enganar nunca. não estou mais sózinha. amor. tunico.