domingo, 28 de julho de 2013

joão.


a palavra que eu mais gosto de pronunciar é um nome. jo ão.
assim, devagar.
depois joão como joão mesmo.
e joão depois de uma pergunta, assim: me beija, joão?
depois no início da indesejada frase: joão está longe e não me quer.
depois deixo dormir a palavra dentro aqui e digo só joão...

preciso também corrigir o local exato que ela gela e queima quando eu digo.
é entre o plexo e o cardíaco. morada de joão em mim.
mas queima, gela, revira e voa bem aqui e muito mais quando digo joão e vejo sua imagem...
a mais linda.
não posso mais contar prá ninguém, só prá você, joão.





...
 
 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

sem nuvem no céu, só coração.


foto de joão wood
                                                              
não ligo mais a tv quando chego em casa
quero os sentidos livres para serem dele.

hoje até me reconheci sem espelho
coisa de tanto tempo...

experimentei fruta nova, rosa
não me aborreci com buzina
nem vi.

hoje a beleza se ocupou de mim
e eu distraí, deixei mostrar,
aguei.

usei o tato e fechei os olhos,
pintei as unhas e os lábios, avoei, sorri.

passei o dia lá em cima,
o corpo querendo levitar...
só porque ele existe lá.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

... aceitar o incômodo dessa sua prematura desistência




minha estrangeirice infantil.



não ter lugar prá poder voltar,



fingir-se de escondida na calmaria desespero.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

hoje quero disso prá mais. um susto, desvario, nada menos.
você chegar sorrindo e certo,
pôr flor no meu cabelo,
ter brasa e ternura nos olhos,
me achar linda...

eu imóvel
minha urgência
flor da árvore nos cabelos
a olheira, a paralisia.

pés gelados
querendo correr atrás do seu abraço quente.