segunda-feira, 30 de junho de 2008

óquiprávocê!!!


sabe o que a zebra falou pro carrapato? "você está na minha lista negra!" ahahahaahaaaaaahaaaaa!!!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

tunico.


"o menino ia no mato e a onça comeu ele. depois o caminhão passou por dentro do corpo do menino e ele foi contar para a mãe. a mãe disse: mas se a onça comeu você, como é que o caminhão passou por dentro do seu corpo? é que o caminhão só passou renteando meu corpo e eu desviei depressa. olha, mãe, eu só queria inventar uma poesia. eu não preciso de fazer razão."
manoel de barros, esse lindo.

lucil.


há meses eu te lia lá no blog das borboletas, de título inspirador e lindas imagens... (tenho uma pasta no computador com "imagens do lucil") eu entrava e me acomodava na poltrona, toda em casa... hehehe. aí um dia pensei: que feeeeia... e resolvi lhe comunicar a intrusa presença. mas foi só depois de a sua resposta ter me levado a te procurar e a te achar lá no tal do orkut é que me deu um ops... que menino é esse? agora me diz, menino lucil, pode me contar, você construiu minuciosa e maquiavelicamente essa personagem para arrebatar coraçõezinhos ávidos e indefesos, né? hahahahaaaa!!! tá bom, eu sei, sei bem que não posso mais me dar a esse luxo juvenil... sei bem do patético de sentir frio na barriga com a leitura de uma auto descrição, mas sabe? até suspirei... com todo o respeito à sua condição de apaixonado e com a nítida consciência da enorme distância que nos separa (espacial, e, principalemnte, cronológica), você descreveu ali o homem dos meus sonhos. ah! se ele existisse...
pronto, virei a página do irreal.
raro encontro, quer ser meu amigo virtual? existe isso? claro que não! não existe. quer?
beijo.

quarta-feira, 25 de junho de 2008


"o que me dói não é
o que há no coração
mas essas coisas lindas
que nunca existirão…"
fernando pessoa.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

há sempre algo de ausente, que me atormenta.

camille claudel.

delicatessen.


mas olha, coisa boa foi ver esse filme. essas coisas que os domingos nos proporcionam...

"sinto que a barbárie é, por vezes, vizinha da irmandade, do fraterno, da generosidade, mas por desconhecer sua verdadeira residência furta ao homem a lucidez e, desta forma amarra-o a tom de desespero sem que possa responder em juízo por todo o amor que um dia lhe foi negado."
marcos costa.

maravilhoso.

o espantalho.


não tenho tido tempo prá escrever aqui... na verdade acho que não sinto vontade de escrever quando não estou triste. penso eu que escrever é expurgar tristezas? não, não penso. não tenho o dom de exprimir alegrias mesmo. acho. bem que eu não esteja lá tão alegre, apenas digo que não andei triste por esses dias. ao menos não com aquela tristeza dramática, da qual eu gostaria de me livrar, mas livrar-me dela seria me perder... não sei.


bom, andei indo a festas juninas... adoro. o clima fraternal, a alegria pueril, as fumacinhas que saem dos copos, das bocas, os cheiros, os sorrisos, os sons, as cores, dar as mãos nas cirandas, sentir ímpetos de felicidade e depois um rubor... é como se eu estivesse me apossando de algo que não é meu, cometendo um ato ilícito. não faço parte. porque sempre esse sentimento?
e teve cadeia, correio elegante, bola na boca do palhaço, corrida do saco... quase me emociono só de escrever. tive a todo momento uma vontade imensa de fazer parte daquela alegria... dancei, fui presa, bebi, circulei, sorri para as pessoas, curti os sons. atenta. e estava com pessoas de quem eu gosto muito.

mas só no final da festa assumi minha tristeza e então me senti confortável de novo. fui prá casa.
não fiz nenhuma nova amizade. não conversei nada que não superficialidades. não encontrei ninguém que me acenasse com a promessa de uma alegria.
não quero mais inventar amores, não quero mais escolher "aquele", eu quero ser escolhida, arrebatada. quero uma mão prá segurar a minha, alguém prá compartilhar. quero receber flores e um correio elegante.

terça-feira, 17 de junho de 2008

viver no duelo dos contrários...



"nunca deixei de estar submetido à pressão simultânea de duas idéias contrárias e que me parecem ambas verdadeiras, o que me leva ora a ir de uma a outra, segundo as condições que acentuam ou diminuem a força de atração de cada uma, ora a aceitar como complementares essas duas verdades que, no entanto, deveriam logicamente se excluir uma à outra. tenho ao mesmo tempo, o sentimento da irredutibilidade da contradição e o sentimento da complementaridade dos contrários. é uma singularidade que vivi, primeiramente admitida, depois assumida, enfim integrada (...) a presença permanente das contradições tem em mim um caráter ao mesmo tempo existencial e intelectual; (...) assim, mais do que nunca e plenamente, vivo, submeto-me e me alimento dialógica e permanentemente entre fé e ceticismo, misticismo e racionalidade. o trabalho das contradições contínua. eis sua consequência existencial: viver no duelo dos contrários, isto é, nem na duplicidade sem consciência nem no ‘justo –meio", mas na medida e na desmedida; não numa resignação morna, mas na esperança e no desespero, não num vago tédio ou num vago interesse da vida, mas no horror e no maravilhamento."


(edgar morin, in "meus demônios")

quinta-feira, 12 de junho de 2008

eu quero um namorado, mas xxxxiiiiiiiiu, não conta prá ninguém...


"Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.
Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)
Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel
Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra."
Hilda Hilst.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

ai...

... vivo esperando e procurando um trevo no meu jardim.

terça-feira, 3 de junho de 2008

pés descalços, sujos, gelados, pisando em pedras...



... naquele estado estéreo, sabe? bom demais. ia amortecida pela alegria das viagens adentro, cantarolando no carro, quando passou rapidamente pelo meu olhar anestesiado uns pés descalços que pisavam o acostamento cheio de pedregulhos. fazia um puta frio. não tive tempo de olhar os olhos do dono daqueles pés. percebi que o sorriso besta e o cantarolar continuavam. chorei. depois me envergonhei por ter chorado, menina boba. aí me envergonhei por me ter envergonhado. errei o caminho e as alegrias do dia.