quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

escuro, mãos e talvez...

algumas flores morrendo. a música que cessou. o silêncio que foi e o que veio. o escuro do quarto, o suor debaixo do edredon. a tv ligada o tempo todo, sem um olhar. um cansaço triste no corpo, um não querer, não estar, não ser.
se um dia posso espiar pela fresta da janela fechada, me dá medo e vontade. mas não sei quem sou.
se eu não tivesse mãos que segurassem a minha... se eu não tivesse tanta coisa mal construída... se eu soubesse...
mas agora já posso sentir o gosto do chocolate outra vez. e olhar as árvores. talvez amanhã eu sorria.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

é... faz tempinho que não escrevo. no momento parece que vou mesmo abandonar esse blog. assim como gostaria de poder abandonar uma vida, trocar, simples assim. essa tá foda. tá vazio, escuro, estranho. nada entra nem sai, vou entrando e saindo dos dias, feito morta que ainda anda, dorme muito, come pouco, e odeia muito a tv que fica assitindo a maior parte do tempo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

esse tal...


Se você não demorar muito, posso esperá-la por toda a minha vida.

Oscar wilde.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

terça-feira, 30 de setembro de 2008




de mudança...

alguém já disse que mudar é sempre melhor, mesmo que seja prá pior. acho que fui eu quem disse. e quem disse anda querendo me convencer disso. pois então... barrada no aeroporto voltei com a mala intacta, de caracas prá americana. levar a galerinha pro zoológico. dos meus lindos livres cantos pro cantinho de alguém do qual eu sempre fujo, pro qual eu sempre volto. prá um rolê com alguém de quem nunca gostei, prá um papo que me fez olhar diferente. talve até uma amiga, quem diria. da liberdade pro aconchego do debaixo das asas. da família, dos amigos. é bom estar de volta. é ruim demais voltar prá trás.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Não há muito a dizer, nunca há. Meia dúzia de palavras resolvem problemas de mil anos atrás. Fomos nos dizendo cada vez menos. Dizer sempre é uma outra coisa.

O chão é duro.

Leminsky.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

melhor sair
quero parir
quero brandir
explodir

melhor sair

quero parir

quero brandir

explodir

explodir

explodir

explodir


Dimitri Kozma

Observe atentamente o caminho que seu coração aponta e escolha esse caminho com todas as forças.

(Provérbio hassídico)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

tive um orgasmo incrível. senti-me até poderosa. devo ter sorrido. quando levantei prá deixar a água cair no rosto, chorei um pouco. sempre choro debaixo do chuveiro. ao sair do banho deixei de lado a camiseta furada e vesti cueca e uma camisa de seda, há tanto tempo guardada. me senti mais bonita e mais triste. estranho.

domingo, 14 de setembro de 2008

respondendo a um oi breve...

oi amada! é sempre muito bom receber os emails seus. ganho sempre um compartilhar, momentos tâo raros e bons... incrível mesmo como me vejo nos seus sentires... essa angústia que fica sempre a rondar. hoje estou especialmente assim, e tb. sem querer muito preservar esse sentimento, embora quase sempre ele permaneça.

acabo de querer fugir da casa da minha mãe, angustiada, cheia das nóias e irritações que não sei de onde brotam, mas que vêm com tudo muitas das vezes em que estou lá. preciso ir prá casa, com um sem querer tb., nem sei pq. um não querer começar mais uma semana, viver a vida que se leva.

fiquei com vontade de ver esse vídeo... de onde ele veio? se for da net, manda.

um beijo enorme,

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

a ervilha quer sair.

...
- se vc. quer ouvir uma estação, meu bem, não adianta sintonizar em outra pq. NÃO vai tocar. entende?
- sim.
- então trata de sair de debaixo desse fogão.
...

em contrução.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

tem uma mulher...


que pensa que é menina, que pensa que já é velha demais, que pensa demais, que não pensa direito... que chora quando o filho tá longe, falta um tantão assim dela quando ele tá longe, mas sofre quando o filho tá perto. prá ela é difícil prá caralho manter a tal serenidade. saber ver bem o que é disso ou daquilo, o que é seu, o que é dele, o que é de verdade e o que é artifício. mas adulto tem que saber disso tudo. mas ela pensa que é menina ainda. menina fracasso. quando se olha no espelho é fracasso. velha demais prá não saber. fracasso absoluto. quase sempre não olha ao redor.


quarta-feira, 20 de agosto de 2008

parar dá azar.

alguém parado é sempre suspeito de trazer como eu trago um susto preso no peito, um prazo, um prazer, um estrago, um de qualquer jeito, sujeito a ser tragado pelo primeiro que passar...parar dá azar.
(leminski)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

presente.

quero estar sempre assim... quero estar presente. quero ouvir cada uma das suas palavras, quero saber olhar. quero estar pronta prá cada instante que chegar, quero saber perceber. quero estar aberta, quero ser. quero estar toda e firme, quero sentir. quero sentir de corpo todo, quero poder. quero mudar a direção pro outro, quero doar meu olhar. quero estar. ainda bem que tenho o tunico prá me ensinar.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

encarnação do demônio

sou fã dos dois zés aí em cima, e me deleitei com essa cena, uma delícia, uma lindeza só.

estava ansiosíssima pela estréia do tardio "encarnação do demônio", do mojica, paixão antiga. me deliciava vendo o cine trash, cheiro de tempos antigos, em que eu podia passar as tardes no sofá, comendo podreiras.
o filme traz ótimos momentos, como a cena com o zé celso, linda e divertidíssima. mas eu sinto falta daquela estética da falta de grana. coisa minha. adorei.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

voltando das férias...







tive medo das férias... de não saber o que fazer dessa falta de script, medo das paredes de casa, medo de monstro, medo de mim.
vivi dias de uma delicadeza arrebatadora, deliciosos encontros.
brincar de luta com o tunico, passear pelos paralelepipedos, gargalhar. pintar o poste lá de fora com andorinhas (ele me disse que parecem tartarugas), ver filmes, tomar champagne, costurar minhas cortinas de bolinha... gostar de mim, do meu lugar. não gostar... não sofrer. teve tanta música, solidão da boa. solitude. teve o cuidar, embelezar. teve amor.

teve também o encontro do tunico com o mar. bonito. bonito. bonito demais.

"ser infeliz é um não enxergar além de si mesmo. não perceber a vida, o universo pulsando ao redor, mas sentir-se como o centro das atenções e o catalisador de todos os infortúnios. aprender a observar os movimentos externos, enxergar a dança do mundo, saber-se parte de um todo maior, cura a infelicidade desde a raíz." alessandra vidotti.

e ele me pediu prá tirar os óculos...

foi quando a gente ria, ria, ria... que ele quis ver meus olhos e puxou os óculos, me olhou profundamente e sorriu. foi naquele encontro dos nossos olhares que tive a certeza... ele sabe bem das minhas entrelinhas, sabe bem, sabe tudo de mim. me vê claro como o dia e a ele não poderei enganar nunca. não estou mais sózinha. amor. tunico.

terça-feira, 15 de julho de 2008

maluca.


"num dia triste de chuva, foi minha irmã quem me chamou prá ver, era um caminhão, era um caminhão carregado de botões de rosa... eu fiquei maluca! por flor tenho loucura, eu fiquei maluca. saí e quando voltei molhada com mais de dúzia de botões... botei botão na sala, na mesa, na tv, no sofá, na cama, no quarto, no chão, na penteadeira, na cozinha, na geladeira, na varanda e na janela era grande o barulho da chuva, da chuva... eu fiquei maluca, eu fiquei maluca." luiz capucho.

olhando pela janela do carro lotado...

"é sempre no passado aquele orgasmo, é sempre no presente aquele duplo, é sempre no futuro aquele pânico. é sempre no meu peito aquela garra. é sempre no meu tédio aquele aceno. é sempre no meu sono aquela guerra. é sempre no meu trato o amplo distrato. sempre na minha firma a antiga fúria. sempre no mesmo engano outro retrato. é sempre nos meus pulos o limite. é sempre nos meus lábios a estampilha. é sempre no meu não aquele trauma. sempre no meu amor a noite rompe. sempre dentro de mim meu inimigo. e sempre no meu sempre a mesma ausência."
o enterrado vivo, de drummond.

e eu vou dizer dessa infinita necessidade de solidão que coabita em mim com o desesperado desejo do encontro. penso que posso ser feliz se você me deixar ser sózinha, bem juntinhos... se você chegasse. se viesse.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

de férias entediada ouvindo josephine foster.

férias. tédio. o que tem que ser bom pesa. quase deprime.

só momentos.


apertar o pause, esquentar a sopa, apertar o play, atender a porta, ralhar com a molecada, apertar rew, chacoalhar a beatriz, ouvir as façanhas (reprováveis) do tunico, sorrir... apertar o play, dar um uta nele, me chatear com as reclamações da dona magali, sair da sala, voltar pra sala, ãh???? apertar stop, abaixar o volume, gritar já vou!!!!!!!!!!! apertar o play.... bons momentos vendo the darjeeling limited, de wes anderson. nostalgiazinha da boa. deitar com tunico até que ele durma, ficar longos minutos debaixo do chuveiro quente... pensar. passear as mãos pela cintura e perceber como estão mais largas... eu tinha 17 anos quando tinha coragem de jogar as bagagens todas pela janela. eu adoro chorar tomando banho. ou tomando chuva, mas não saio mais sem guarda-chuva. mesmo querendo um vulcão.


domingo, 6 de julho de 2008

dia de domingo...


"amor é a coisa mais alegre, amor é a coisa mais triste, amor é a coisa que mais quero."
adélia.

terça-feira, 1 de julho de 2008

do chegar em casa...

olhar a rua, peculiar, que eu gosto. as luzes todas apagadas, coralina chorando a previsão do meu chegar, tenho medo de quando ela não mais me esperar... por cima do muro vejo que minha trepadeira de flores roxas vai bem, que bom. sempre foda achar as chaves dentro da bolsa, faço reclamando. acendo as luzes, coloco um som... na lista de reprodução, lindas cafonices... bom estar confortável em companhia da tristezazinha amiga minha, que me acompanha mas não me puxa pela mão. eu me sinto amadurecer, atenta a mim minuto a minuto, aceitando, perdoando. as coisas todas no mesmo lugar em que deixei pela manhã. lembro como eu quis essas coisas todas no mesmo lugar, esse silêncio... tá, na elaboração desse plano eu não inclui a tristezazinha, mas isso é coisa do fantasiar... isso foi o que eu escolhi, bom isso. banho quente, porta aberta, cantarolar... com ânimo especialmente renovado nas mais cafonas, robertão... "tudo vai mal, tudo... tudo é igual, quando eu canto e sou mudo, mas eu não minto, não minto, estou longe e perto, sinto alegrias, tristezas e brigo. meu amor! tudo em volta está deserto, tudo certo. tudo certo como dois e dois são cinco."
cozinho uma sopa deliciosa (juro), com um puta prazer, inédito, de coisinha em coisinha... fazia pro tunico, embora ele não esteja. ah, e foi tão bom fazer... dançando e cortando cebola! abri o vinho que estava na geladeira desde o reveillon e, olha, esses momentos que podem ser tão comuns a tantos ainda sortudos (olha o drama!) são raríssimos a quem é recém chegada a uma cidade, mora sózinha com o filho de 2 anos, trabalha (e leva isso a sério), não tem carro nem empregada e apresenta características obssessivas... parece reclamação né? não é. cantei, dancei, cozinhei, dancei, dancei, dancei... como aos 17 anos depois de fumar um. escolhi a melhor das opções.

e sabe o que é bom prá mim nessas de escrever aqui? é que eu tô atirando pudores pela janela, e tá bom ser brega, dizer os ridículos. manda aí robertão... "no meu radinho de pilha sempre escuto melodias que me lembram de você, cafonice talvez possa parecer, vou me modernizar, você vai ver, uma calça de agora vou comprar, vou ficar moderninho prá chuchu, vou até aprender falar inglês prá te dizer i love you, i love you... vou falar gíria e dançar o rock'n roll, e do castelinho vou ficar freguês, e se tudo isso não adiantar, vou vestir meu terno branco outra vez."

dos meus cantos...