terminou a reunião e eu então disse vou correr no banco volto já.... corri prá casa, tirei as coisas todas do carro, haja sacola!!!!!!!! e peguei minha barra de chocolate. sentei na pontinha do sofá cama e pus o filme... e pensei, chorei tanto, senti, sei que nesses refúgios me encontro, as coisas que penso e os sentimentos encontram lugar de existir. e eu então... existo com a intensidade mesma de existir em alguns momentos só. o filme: a vida secreta das palavras. um desses que me faz sentir que não estou sózinha. sabe? aí levantei correndo, preciso voltar e dizer que imprevistos, enfim... mas no caminho ouvindo tom waits eu choro de novo... e o meu nariz assim não desincha. vou parar o carro. e ouço muitas vezes a mesma música. agora vou chorar até o fim, até a última gotinha mesmo. só posso mesmo é gostar de sofrer. não é possível. não há nenhuma tragédia na minha vida, embora eu esteja sempre a esperar por uma... tive um fim de semana bem triste, coisas de mulherzinha. dias desses que faz a gente se desprezar. sinto falta do meu filho. tanta, tanta, tanta..... e percebo que meu carro tá parado bem em frente à escola dele. e que é quase hora de pegá-lo, se ele estivesse ali. não tá. ele tá com a vó em americana pq. ontem ficou com o pai e hoje eu trabalho até tarde. não o vejo desde sábado, quando ele protagonizou uma cena linda no intervalo entre o show do scandurra e do otto, entrando na roda da galera do hip hop e roubando a cena. eu queria ter ido ontem dormir com ele. não fui. gastar gasolina prá vê-lo chegar às dez da noite e fazê-lo dormir e então acordar cedinho, voltar prá campinas e deixá-lo dormindo... não vale a pena. é coisa de mãe infantil, dependente. não vale?????? eu queria tanto que o pai dele e eu fôssemos amigos, mas ele me agride tanto. eu não sei. hoje a lú me ligou chorando muito, estava bem mal, em crise. queria estar por perto, eu disse. e chorei também. no banheiro, prá não ficarem me vendo. liguei pro antonio, ele sempre me pede prá vir prá casa. mais tarde, mais tarde a mamãe vai te buscar. e volto prá reunião. temos que discutir os textos sobre o pensamento complexo, eu não li. mas eu sei bem disso. só que não quero dicutir. penso que o meu trabalho é um caminho muito bom prá eu me manter no eixo por mais tempo. quando me envolvo, empolgo, sei que posso ser muito boa nisso. além do mais, aqui tenho muitas amigas. quem é que pode ter esse privilégio? mas o sentimento da barata tonta e triste não me abandona. eu tenho que voltar. volto e elas estão no computador vendo lista de presente de casamento. eu de óculos escuros, enormes (amo eles). nem falei nada. fui enviar uns emails de trabalho. queria mesmo era poder tirar os óculos e dizer prá elas de tudo o que eu sinto e nem sei o que. queria mesmo era não ser assim tão frágil e tão pouca. poder resolver meus problemas cá comigo mesma, e que, aliás, eles fossem apenas os problemas reais, de todo mundo. como o da grana, o do carro quebrado, o do pedido que não entregam. queria ser a mulher que eu imaginei que seria aos trinta e poucos anos... mas ando enfraquecendo... emburrecendo... me acovardando... preciso ser melhor porque tenho que segurar a barra do meu filho que é filho de pais separados que não conseguem se entender. e eu não posso deixar que ele fique noiado. eu mesma já aceitei que a gente carrega muito mais dos nossos pais do que imaginávamos... aí então me dá um medo horrível do que o antonio possa vir a ser... e do amor que eu sinto por ele, coisa imensa que eu não controlo. e no meio da reunião o celular tocou e eu não pude atender. era a di, amiga que perdeu o pai há poucos dias e de quem eu queria tanto ter estado mais perto. tento falar com ela há dias e não consigo. ainda tenho uns minutos prá próxima reunião, vou escrever um pouco então...
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