terça-feira, 30 de junho de 2009

hoje a pina morreu.




eu sou boba boba. eu sei. mal começo a escrever e choro. é porque tem gente que não deveria morrer. olho a pina dançando e não consigo saber como pode ser essa beleza tanta, que não se entende, não cabe. não entendo nada de dança e tenho uma paixão que chora que ri que se arrasta e que dança com a pina pela dança da pina. ela era a mulher mais linda do mundo. ela dava ao mundo a beleza daquelas indizíveis, que o olho mal pode olhar. e eu, que contava as horas prá vê-la, em setembro e cansei de dizer que ela era o presente de aniversário mais lindo da minha vida, poder olhá-la, de perto, de verdade, sinto vontade de beijar suas mãos e, boba boba que sou, choro. mesmo. triste, triste.
eu queria saber postar um vídeo.

"nada disso é prá você querer..."

olha, vou te contar, vou te dizer...
porque hoje eu sou muito mais eu do que você.

sábado, 27 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

das belezas e do medo.



gostava de poesia e de passarinhos. de meninas de saia rodada, de cirandas, de música todo o tempo, de minas gerais, de cabelos trançados, de flor desabrochada, de flor em botão. gostava de clarice, alice, anita, margarida e maria. de sentar ao sol em dia de frio e do cheiro da dama da noite. difícil era desabrochar seu sorriso. ele transbordava descuidado quando via os manacás. era sempre um susto, um suspiro, um aperto no peito, quando via os manacás. gostava de amora e de uva e de olhar abraços, olhos que sorriem, mãos dadas, carinhos. só espiava. e gostava daqueles casais de velhinhos que andavam de mãos dadas e usavam chapéus, suspensórios, xales, meias, perfumes. queria ser uma daquelas, toda floral e solene e sutil e amada. e cuidada. e segurada pela mão, até a praça, o mercado, o calçadão... mas não gostava de espelhos e se olhasse prá frente na vida via uma velhice doida, incontida, que não se reconhece nem se vê, que grita por não saber o que fazer com o que se é, que borra o batom e não usa xale, mas xinga. que não planta manacás, que é murcha e cheia de espinhos, enorme e de raíz tão profunda e tão forte que mal pode morrer. gostava de amarelo, de rosa e de vermelho. de chocolate branco e de deitar no colo. de céu do interior, de temperos, sementes, ervas, grãos. da tia lourdes, de gato amarelo e de gato cinza. fazia tanto tempo que não via a tia lourdes que nem sei, e das vezes que via, não falava com ela, quase. não tinha gato e sua cora tinha ido embora. tinha ido embora mas disso ela nem queria dizer.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

oba!!!! é tempo de festa junina!!!!

tunico e o pastel. paulete, tunico e o amor.

sábado, 13 de junho de 2009

da minha infância não lembro quase nada.

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nada das datas, nada dos presentes, dos passeios ou brinquedos. das casas apenas a cama dobrável e desconfortável na porta do banheiro espremida, a casa escura e minha mãe chorando baixinho no meio da noite.
de mim, sempre boa e calada, cabelos trançados, laços de fita. o isolamento na escola, o parque imenso e assustador.
o que tenho de mais vivo em mim é ainda aquela folha debaixo d'água.
o que mais tarde eu soube tratar-se de um quase afogamento, motivo de desespero entre os familiares, prá mim... é a lembrança boa da infância.
eu livre, como se voando, naquele mundo de encantamento, como se dançando no ar, e aquela folha linda, de cor indefinida, dançando cúmplice comigo.
não sei quantos segundos duraram esse sonho em vida, até que pulassem em pânico prá me roubar dele, mas são nítidos e mágicos ainda em minha memória.
além disso, quase nada... a cama dobrável, a casa escura, os choramingos de sempre, o medo das pessoas, os laços de fita. eu, calada, sempre.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

entre os muros da escola.

"entre os muros da escola", de laurent cantet, frança, 2008.
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tardiamente, fui ver. pedagoga que sou, não deu prá não se identificar. e não pensar uma vez mais, como a todo momento, que escolher determinados caminhos implica em aceitar a vocação de acolher o outro e, como no amor, aceitar o outro como um legítimo outro. todo o tempo.
assim disse maturana, assim digo eu.
e porra, que difícil!
não rola sem doação. sem comprometimento. sem sensibilidade. sem amor.
é piegas e chavão. mas não dá prá ser sem isso. educador é profissão de fé e coragem. muita.
belíssimo filme!!!! mil vezes belíssimo!!!!

sábado, 6 de junho de 2009

e sorrio.

porque tem o amanhã. e tem o depois do amanhã.
porque às vezes eu escolho sorrir.
e noutras escolho chorar.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

hoje.

colocaram bancos bonitos de frente para as árvores.
soltaram balões com sementes dentro.
fui até lá longe só prá ganhar aquele abraço seu, não dizer uma palavra, voltar.
andamos por todo o caminho pisando ora só no preto. ora só no branco. e chegando lá, ele olhou prá cima e disse: mãe, o teto é inquível!
mandei uma mensagem dizendo só: querida...
arrumei nossa cama do jeito mais bonito, te cubri, beijei seus olhos fechados.
eu decidi que iria sorrir a todos que eu cruzasse hoje. e o fiz.
agora vou deitar com um imenso silêncio aqui dentro. solidão.

terça-feira, 2 de junho de 2009

ele me disse.

mulher bonita é mulher feliz.
eu fiquei puta.