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nada das datas, nada dos presentes, dos passeios ou brinquedos. das casas apenas a cama dobrável e desconfortável na porta do banheiro espremida, a casa escura e minha mãe chorando baixinho no meio da noite.
de mim, sempre boa e calada, cabelos trançados, laços de fita. o isolamento na escola, o parque imenso e assustador.
o que tenho de mais vivo em mim é ainda aquela folha debaixo d'água.
o que mais tarde eu soube tratar-se de um quase afogamento, motivo de desespero entre os familiares, prá mim... é a lembrança boa da infância.
eu livre, como se voando, naquele mundo de encantamento, como se dançando no ar, e aquela folha linda, de cor indefinida, dançando cúmplice comigo.
não sei quantos segundos duraram esse sonho em vida, até que pulassem em pânico prá me roubar dele, mas são nítidos e mágicos ainda em minha memória.
além disso, quase nada... a cama dobrável, a casa escura, os choramingos de sempre, o medo das pessoas, os laços de fita. eu, calada, sempre.
10 comentários:
muito bom esse texto, paula.
muito bom mesmo.
e como sempre, muito diferente de mim.
eu lembro de quase tudo.
de tanto, que nao acreditam em mim quando falo de lembranças de quando eu nem andava. mas é verdade. eu lembro.
doce como sempre essa paula, meu deus, como pode ser?
livre como se voando!
adorei.
[paulinha, hoje tem caetano, você tem noção do que é isso?]
bjs.
toda licença! :)
Leio seus posts agora.
Com certeza a melancolia ainda está presente, mas é no encontro com nós que equlibraremos o medo, que saberemos o que está no domingo, no filme...nas pequenas coisas...
Beijos!
ah, adorei a imagem do layout ^^
Lembranças embaladas por tranças. Beijos!!!!!
eu tenho memoria seletiva. rs
eu gosto do que escreve, prefiro dizer que toca na minha pessoa...
amei teu texto. lindo, profundo.
e tão diferente de mim!
queria, as vezes, nao lembrar da infancia... mas sou saudosista, ela nao se esconde de mim...
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